quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"O CHESTER"

O Chester é um urso "pardo" que me deixou saudades aquando de uma das andanças pelo Mundo, mais propriamente  pelo Zoo de San Diego.

Era (não sei se ainda é vivo) um animal de grande porte e simpático para os milhares de visitantes que por ele diariamente passavam e faziam toda a variedade de "macaquices" no intuito de o provocarem ou conseguir mais do que o único gesto que o "Chester" com bonomia se dignava dedicar-lhes, não mais que um singelo adeus com a "patita" e um sorriso amarelo como quem diz «vão-se embora animais".
Era simpático tinha ar de boa "pessoa" e via-se nele (eu pelo menos) sinais de  ingenuídade e sabedoria  nos   quais me revejo, não sei se bem, se com ou não razão.
Desconheço se tinha mulher ou  ursa nem sei se era Pai.

Todo este arrazoado palavrório vem a propósito de  por vezes me sentir um urso parecido com o "Chester".
Tal como ele, no espaço a que estou confinado, vejo  por mim passarem das mais variadas formas e modos e meios autênticos animais (diria ursos e ursas) que com as suas atitudes macaquéticas se parecem em tudo confundir com os visitantes de um qualquer Zoo em que evidentemente me sinto no papel do lembrado Chester.

Vem me por isso, mais uma vez o "Chester de São Diego" à ponta dos dedos  para,  por ele inspirado, tentar  feito urso,  reparar não reparando, as atitudes e as macaquices de ursos e ursas que me passam pela vida.

Parece que existem pessoas nas quais me incluo que nasceram entre outras coisas para fazerem figuras de urso, ao passo que em sentido inverso há pessoas que nasceram com o intuito de fazerem de conta que os outros são ursos.
Resta a grandeza e a denúncia para quem como urso é tratado e é nesse contexto que coloco este rosnar de típico urso Portugues de gema.

Nada pior para um urso do que uma ursa sem vergonha na cara  mesmo que aconchegada pelos guardadores da fauna que pululam na  floresta Ibérica.
Os tempos mudam é verdade e a fauna muda de habitat conforme as estações do ano e os  tempos conturbados e incertos que atravessamos com a idade às costas.

Ele há golfinhos no Tejo, ele há Lulas em Cascais, Cachorros sem Cadela e Cadelas sem Cachorro,Orcas no Algarve e Ursas que voltam à Meia Praia  mesmo que sem trela.
Enfim o Chester tinha (por isso gostei dele) toda  razão quando a todos despachava  com um  largo adeus e um sorriso amarelo.... Mas torrado.

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