Causa arrepios o vermos as horas de alienação que o campeonato da Europa causa no já alienado Povo Português.
As televisões e as rádios martelam o assunto com grandes períodos de tempo dado a grandes análises cientificas e todos os "expert´s " na matéria botam faladuras, certezas e prognósticos a propósito de tudo e de nada.
É certo que há opiniões competentes que criticam este circo despudorado, inestético, por demais mediático por demais saloio, falho de pragmatismo e pródigo em vaidades e paixões assolapadas e ridículas como todas as paixões assolapadas.
É assustador de ver que por estes tempos mais próximos, nada de mais importante vai existir para lá das mais mirabolantes opiniões pagas a peso de ouro sobre uma coisa que comparada com a crise que atravessamos mais parece um devaneio de loucos e prozakianos.
Numa Europa em que se joga uma dura partida de rugby, com cada País a puxar para o seu lado e o número de assistentes passivos por obrigados e expectantes de um futuro incerto a não parar de aumentar cada vez mais tende a se generalizar uma tensão de sentido e cariz negativo pouco prometedora de resultados a contento da maioria dos Povos.
Não pode um campeonato de bola por isso a meu ver, mascarar a gravidade dos tempos que passam e servir de escape prioritário às dificuldades que nos rodeiam.
Concordo que será bom para o ego Português ver a seleção Portuguesa jogar bem já que é essa a sua obrigação, ganhar se puder, (isso depende do adversário jogar ou não melhor) mas acima de tudo mostrar dignidade, força de vontade e como sempre se espera, pôr em campo a humildade que precede os "grandes" feitos, os grandes resultados e os grandes exemplos.
Não somos bons em humildade arriscaria até a dizer que somos os piores praticantes de humildade quase em todos os sectores da vida colectiva.
Portugal e os Portugueses tem vindo a perder ao longo dos anos a humildade que era uma das características mais marcantes da nossa sociedade.
Com o acesso à liberdade e ao progresso depois de tantos anos de escuridão, a humildade foi-se esboroando e a sociedade tornou-se maioritariamente consumidora da futilidade,da facilidade,desprezando e esquecendo aqueles que no seu interior com trabalho dedicação e honestidade foram a génese para o status de que agora se exibem ainda que alicerçado em falsas premissas e dúbias certezas.
Voltando ao "Mundo redondo da bola" não é de aceitar nem entender, que tenhamos a seleção mais dispendiosa no que respeita a gastos de alojamento mordomias e afins.
Como é possível num País à beira da bancarrota, (embora a isso habituado) mais de 500 vezes estivemos nesta situação, mas como é possível dizia que se gaste (com pouco mais ou menos o mesmo número de pessoas) o dobro do que é gasto por Países como a Holanda ou a Inglaterra.
O maior sinal de quem somos, de quem fomos e a razão porque precisamos do dinheiro dos outros, não poderia estar melhor representada, neste pequeno mas grande exemplo de futilidade,saloíce e falta de respeito para com o País quase inteiro.
Tudo isto é e representa uma enorme "bomba" que tenderá a rebentar consoante a bola entrar ou não entrar, coisa que é (devia ser) quase irrelevante e inócua no estado psiquíco actual da nossa sociedade.
A ostentação perante a fragilidade dói e gera sentimentos inesperados apesar de o assunto ser apenas uns simples jogos de bola.
A humildade não está para já presente no evento que se aproxima mas todos os crentes e não crentes esperam que tal venha a acontecer pelo que fica até um dia destes a dúvida de:
Se é razoável e compreenssível tanto falatório e análise e horas dadas em detrimento de assuntos bem mais importantes (para o nosso e da Europa) futuro colectivo.
Sairemos (uma grande parte) transitoriamente do período depressivo em que nos encontramos se a campanha redonda for positiva é verdade, será um paliativo benéfico.
Em caso contrário ficaremos a necessitar (uma grande parte) de um reforço da medicação anti-depressiva.
A ver vamos.