Pouco prende o olhar a linha do horizonte
de cor indecisa deserta estando de motivos
a um olhar cristalino de água caída de fonte.
Arrasta-se o pensamento por lugares cativos
vazios por espaços errantes privados de luz
desarrumados em passo rápido pela vida
enfeitiçada de fim perdida que nos conduz.
Fica a vontade desejada de destino tolhida
desgarrada fora de uso gasta de encanto
para em momentos voltar de novo a sorrir
entre abraços que nos tardam em surgir
como que envoltos estão sob indesejado manto.
Deixa que te afague
o rosto os lábios
seque essa lágrima
teimosa a deslizar.
Até que a vela se apague
sejamos sábios
sem verso sem rima
até o amor renovar.
Deixa que te afague
em palavras feitas à mão
que sentindo indecisas
te procuram descobrir.
Ate que a vela se apague
solta o sorriso diz não
se nada em mim divisas
te possa eu colorir.
Sairei com o que resta...
deixo-te meu coração
que para mim já não presta.
Fica prolongado o escuro...
já que a vela só... lentamente se pagou
quebrou-se um amor que sem tempo se finou.