sábado, 3 de maio de 2014

"MAIO O MÊS DO PENSAMENTO"








"O Maio de 2013, trouxe-nos a continuada degradação das condições de vida a todos os níveis da sociedade e a deterioração do emprego em todas as camadas populacionais com predominância revoltante e injusta no emprego jovem.
 As andorinhas imigrantes voltaram aos beirais de todos os anos, agora mais degradados, mais abandonados, por ausência de muitas outras andorinhas que emigraram para outras paragens, não em busca de Sol, mas em busca de pão e vida própria.
 Tanto umas como outras, estão mais tristes, como mais triste está o Sol que aquece as primeiras e o Sol que ilumina as segundas."


Estamos no mês de Maio  de 2014 e relendo o escrito o ano passado, pouco haverá a acrescentar.
As andorinhas feito jovens de todo as cores continuam a emigrar, não em busca do sol, mas na procura do pão e de uma vida mais aconchegada.
 Estoicamente o Povo Português, está a conseguir (perante a panóplia de adversidades) sociais com ênfase na saúde e na educação e no trabalho a resistir.
 Não se vislumbra ainda uma luz constante a não ser a luz intermitente da incerteza.
A troika acabou de fazer o seu trabalho e nem mesmo temos a certeza se é bom ou mau, de certo modo ficamos mais livres, também ficamos mais vulneráveis ao gangue incompetente que nos governa e aos outros que prometem a mudança que nunca fizeram. 
 O pior de tudo, é  não termos confiança nenhuma neles, o problema é que não temos confiança nenhuma nos que nos querem governar.
 A restruturação para sermos viáveis como País, mais uma vez está-se a verificar que não passará de uma intenção alinhavada em cima do joelho.

 São nos dadas algumas pistas, mas sempre de forma dúbia e sempre eivada de recantos obscuros que a maioria do Povo não entende nem sente.
As alterações agora propostas pelo "DEO" são atabalhoadas e "inconseguíveis" como é fácil de constatar ao analisar as metas a que se propõem.
São falsas e levam ao desencanto por impraticáveis.
Há sinais ténues de melhoria em alguns sectores como a consumo interno e uma ligeira estabilização nos números do desemprego, o principal da reestruturação económica no entanto permanece nebuloso.    
A justiça patina e o investimento externo tarda por falta de medidas verdadeiramente apelativas e seriedade na estabilização do sistema fiscal e nos impostos oscilantes.

 No terror instigado os sindicatos e respectivas centrais (que a tudo dizem não), apostam na imobilização e investem na procura de soluções que apenas confundem os trabalhadores mais incautos.
É fácil dizer «que queremos correr com este governo» mais difícil é dizer e pensar no depois.
O consenso politico é uma miragem e todos preparam o rol de promessas eleitorais para a caça ao voto que se segue.

 As explicações para os ligeiros aumentos de impostos apenas parecem apontar que dentro de  uns meses, voltarão outros mais pesados por necessários, para manter a máquina dos interesses instalados.
Não há reestruturação que galvanize o Povo e não há bons exemplos apontados  sem margem para duvidas .

 Estamos, por isso, como sempre em Maio estamos, (todos os Maios) perante um enorme engarrafamento de ideias desconexas, que nos sufoca a vida e a esperança. 
Nada de novo afinal.
Por outro lado, o Povo em geral, está cada vez mais incauto por cansado e por uma ignorância endémica que ainda persiste, mesmo num tempo em que a lucidez devia ser aprimorada.
É mais fácil governar em cima da ignorância e é isso que ao  longo dos anos têm feito todos os governos.

 Desde que chegue para o tlm e para o tablet parece que o mundo gira sem problemas.
Os jovens andam licenciados e não licenciados a trabalhar por 500 e pouco euros e aumentar quinze ou vinte euros o salário mínimo é tarefa que roça o caricato se não fosse tão triste.

 Começa neste Maio, um novo ciclo da nossa vida colectiva já que ficamos de novo um pouco mais livres para arrumar a casa. Ficamos com a casa para arrumar, mas sem gente capaz para o fazer e isso é que assusta o futuro até ao próximo Maio.
Os milhares de desempregados jovens que como as andorinhas aguardam o passar do tempo quente para partir em busca de tempos favoráveis continua a sua caminhada.
 
 Precisamos de mudar mentalidades também, mas não há exemplos vindos de cima que se espalhem consensualmente em todas as classes profissionais básicas do  Estado.
A escola patina ,embrulhada num ministério confuso, num ministro obtuso sem ideias e sem mando.
 
A saúde definha, por uma tremenda desunião entre os seus profissionais.
A justiça aborda tudo o que mexe do meio da tabela para baixo, deixando no obscuro as regras elementares no que diz aos grandes interesses económicos às grandes trafulhices económicas.
 
A mentira faz por isso já parte do nosso dia a dia. A omissão é legal e a antecâmara  da mentira para tudo e todos.
É um Maio de novo que nos (me dá) que pensar  e que nada  adivinha de bom, para um novo "pensamento de Maio" de 2015.