Se réstia de luz vejo em teus olhos
sopra-me a aragem do fim de tarde
que se deita ao pôr do sol pintando eu na tela
tu sorrindo sentada na mesma rocha
com uma saia de folhos debruados de alfazema
colhida do vaso que deixámos à janela.
Depois vamos os dois mar afora
numa viagem de vida sem hora e sem vela
que a história não se repete sem demora
como fogo lento que sem fumo arde
ao vento que se acordar levasse por distração
a razão do ser dos versos deste poema.