Havemos de construir
mesmo que esteja o céu escuro
um rumo não perdido de sentidos.
Apagaremos trilhas antes percorridas
nas parcas horas adornadas de ilusões
em noites fingidas de sonho e sonos perdidos
envoltos de sedas e telas de paixões
pintadas de nada nas sombras da cor.
Havemos de construir
algo no alto ou no chão mais duro
perto do sol ou sobre o mar em flor.
Plantaremos votos para renovarmos
de olhos mesmo que já fechados
os anos que no peito nós levarmos.
Então voando abraçados iremos beijar
de quem mais perto somos afastados.
Havemos de construir
tudo o que o tempo nos deixar.
de estrela em estrela saltaremos.
Podemos até quiçá conseguir
trazer o céu um pouco mais para baixo
entre laços de ribeiros as trompas soaremos
avivando o verde das montanhas por renovar
sob a brisa que docemente nos faz vivendo sonhar.