Passam os dias sem por eles dar conta
em marés de calmaria... há dias
outros nem tanto assim fatalmente.
Os cabelos brancos soltam-se em devaneios
e o amor vagueia entre saudades
lembradas partilhadas e esquecidas de novo.
Os tempos são sempre horas de ponta
deixando de arrasto outrora metas e vias
que rodam e se afastam em curvas de gente.
Sobram os vícios bebidos em copos cheios
entre beijos molhados de ilusões e maldades
umas sem sentido outras ainda sem conta.
Passam os dias e o amor esse persiste
carregado na esperança de quem insiste
num abraço que abraça quem não desiste.
Às vezes o amor cola-se e ganha a partida
o sorriso ganha o tamanho da esperança
mesmo que o tempo dos dias esteja de saída.