Surges trazida pela brisa
descuidada do norte
cais lentamente
despercebida no tempo e na vida
afagando o chão que piso
despercebida no tempo e na vida
afagando o chão que piso
em voltas de azar e sorte
e às vezes um sorriso.
e às vezes um sorriso.
És folha e laço de ternura
entre tempos de desejos
e beijos
cantigas saídas da alma
ao pôr do sol de Outono.
e beijos
cantigas saídas da alma
ao pôr do sol de Outono.
O mar vive hoje desalinhado
com o vento
salta zangado de encontro ao cais
salta zangado de encontro ao cais
onde tudo são folhas secas
caídas iguais.
caídas iguais.
A maré perdida
perdeu-se num horizonte
em cores indefinidas que nem
o azul do céu disfarça.
perdeu-se num horizonte
em cores indefinidas que nem
o azul do céu disfarça.
Tudo parece revelar
o tapete de folhas secas
mas não mortas
porque a vida passa.
mas não mortas
porque a vida passa.
Coloco-te entre as folhas baças
de um poema
escrito noutro tempo
abandonado às gerações.
na falta de melhor ideia
escrito noutro tempo
abandonado às gerações.
na falta de melhor ideia
deixo o tempo escorrer
as emoções.
as emoções.
Perdida esvoaçante folha seca
segues levada pela rua possível
desmaiada no tempo
amarelecida pelo medo
desmaiada no tempo
amarelecida pelo medo
na Primavera irás de novo nascer
mas isso é para já
folha caduca segredo.