Por esta altura do ano está prestes a acabar o ópio do Povo quase todo.
Também ainda que de forma reduzida faço parte dessa camada de "drogados", que encontram na jogatana da bola, as panaceias para o esquecimento de todos os males que nos afligem e partilham o nosso dia a dia.
Gosto de ouvir alguns "relatos" na rádio e vejo em canal aberto um ou outro jogo.
Se esquecermos um joguinho que ainda falta (a taça de Portugal) é com temor que vislumbro os próximos meses dos apanhados em excesso pelo mundo redondo.
Vai descer o PIB durante mais três meses, porque os grandes favorecidos da bola vão de férias para o estrangeiro (quase todos) e vão quase todos comprar novas viaturas Alemãs na sua maioria.
Por outro lado, privados de bola muitos dos viciados, vão ter de ir para a praia (ou campo), gerando receitas que não contam para o PIB, nem para o IVA, nem descontam no IRS.
Não há "bola" como a bola no pé e isso é pretexto para grandes programas científicos na TV e na rádio.
Os outros desportos, que usam também a bola como meio de existência, são alvo de discriminação negativa.
Não existem bolas de ténis, nem de golfe nem de hóquei com ou sem patins nem de andebol nem de baskett (exceto a NBA), nem de outra coisa qualquer que na bola tenha a sua razão de ser.
Bola é "bola" e mais nenhuma bola entra no dia a dia dos Portugueses que se veja.
Dividem-se e debatem-se opiniões, rasgos de ideias, conflitos e confusões, por esta ou aquela equipe, por este ou aquele jogador, por este ou aquele treinador, por este ou aquele árbitro, enfim por tudo e por nada.
Arrasta paixões a "bola" e entristece outras tantas, a "bola" também.
Se a "bola" fosse um purgante! A bola e a fome dela teriam como resultado, encher o canteiro Português de uma enorme e infindável energia renovável que poderia tirar-nos de algumas das dificuldades energéticas e económicas de que padecemos.
Essa energia biológica verde se aproveitada, dava para pôr o PIB na ordem.... Mas não dá!
Não está explorada esta via de desenvolvimento tecnológico.
Ontem no Porto um jovem estudante de direito, com mais bola, do que cabeça, quis medir forças à força, com o comboio que o levaria a festejar o título.
Quis o destino que a bola se sobrepusesse à cabeça e o resultado foi, um jovem trucidado por um simples e inofensivo comboio.
Um jovem fora de jogo na vida, por o azar fazer parte do jogo e da vida.
Não serve de notícia tão triste acontecimento, nem uma paragem no jogo das ilusões ("da bola") desmedidas que tantos alcança e tantos inquieta.
É este também um pouco do mundo da "bola" que vai agora para férias.