sexta-feira, 11 de setembro de 2015

"DA VIDA"

















Debaixo de tudo escorre a vida atrapalhada
como o tudo fosse nada em terra mal semeada.
Correm os dias soltam-se as folhas de outono
levadas pelo vento sem rumo e sem dono.
Parcelas se somam aos dias como contas
prematuras antes de sentidas prontas.

Lasca-se o tempo de remendos a eito
embalados de sonhos em sono estreito.
Corre a angústia dos dias passando na gente
teimosos de passado  que a verdade desmente.
Os pingos de chuva  caem vestidos de neve 
fazendo a espera exaltante e o tempo mais leve. 


 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

"LUA NOVA"















Não tenho maneira de perceber
sem evitar entristecer
quando na intenção vejo descuido.
Sinto as pedras agrestes que piso cuido
sob uma lua nova que perdi e me perdeu.
Não corro atrás do sol que esse não é só meu.
 
Percorro a montanha perante súbita subida
saído de vales e cascatas de esperanças e vida
sem tempo no tempo para parar ou desistir.
Privado de sobressaltos que me forcem sorrir
visto-me de saudade e lento desfolho um malmequer
sem sombra de luar como o destino assim quer.