Sem saber bem a razão, Maio vai continuar a ser no kácus o mês do pensamento.
Seria fácil e menos arriscado, neste contexto idealizado, transcrever o artigo do ultimo Maio.
Em 2012, já me referia quase que exclusivamente à situação lastimável para que a sociedade Portuguesa se encaminhava e os seus malefícios a curto prazo.
Tudo o previsto aconteceu e tudo o previsto se agravou ainda mais.
O Maio de 2013, trouxe-nos a continuada degradação das condições de vida a todos os níveis da sociedade e a deterioração do emprego em todas as camadas populacionais, com predominância revoltante e injusta no emprego jovem.
As andorinhas imigrantes voltaram aos beirais de todos os anos, agora mais degradados, mais abandonados, por ausência de muitas outras andorinhas que emigraram para outras paragens, não em busca de Sol, mas em busca de pão e vida própria.
Tanto umas como outras, estão mais tristes, como mais triste está o Sol que aquece as primeiras e o Sol que ilumina as segundas.
As manifestações do 1º de Maio foram também elas um sinal da amorfidade em que está o País mergulhado. Um Povo cansado é um dos sinais mais inquietantes deste Maio de 2013.
Nada de bom se augura no horizonte Nacional e Europeu e nada obsta a que a esperança de milhões de seres humanos se esvaia sem sentido e sem rumo nos tempos mais próximos.
Espalho por entre o Mundo o pessimismo que trago dentro do pouco espaço cinzento que resta, ao mesmo tempo que me aposso de todas as formas possíveis de pensar, tendo em vista manter a fé no futuro dos ramos da minha árvore criada.
Não está fácil não pensar no mês de Maio nem nos outros meses parar de pensar. Maio o mês do pensamento continua ainda vivo, porque é também dia da Mãe e dos filhos e de paragem para recuperar o fôlego cada vez mais distante das memórias dos Maios de papoilas vermelhas e flores amarelas, dos grilos, das espigas douradas e do voo andarilho das andorinhas alegres.
Maio! O intervalo de um filme já visto e gasto, que se repete ano após ano, com uma imagem cada vez mais degradada e degradante. Com menos espectadores e menos sessões, menos pipocas e menos risos ,sorrisos e gargalhadas.
Resta a esperança, se esperança ainda existe, de que o próximo mês de Maio no kácus não seja possível de escrever como um simples copy & paste.