Nada me fascina mais do que o som
que resulta das teclas pretas e brancas
tocadas a duas ou quatro mãos.
Os sons de uma qualquer sonata
com ou sem orquestra enformam
o pensamento que me percorre
a vida e a ela sempre me seduz.
Do meu piano perdi o norte e o tom
como castelo privado de trancas
ficasse ao sabor de esforços vãos.
Já não é sonata em melodia é tocata
gratuita sem dó os sons que me tomam
a noite que nos dias um pouco morre
como se privado esteja a ficar de luz.