quinta-feira, 13 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
"DESEJO"
Desejo-te viver por dentro...
Conhecer-te a cada momento
é coisa a que não me atrevo.
Seria atrevido o meu pensamento
como se o desejo fosse apenas lembrança.
Guardados em gomos de felicidade
os dias tornam-se no tempo desiguais
como fugidios voos de banais pardais
entre beirais vergados ao peso da idade.
Nada deixa direito o recatado acervo
se nasce de desconhecido epicentro.
Desejos são frutos de instantes de esperança
na conta sem soma de palavras perdidas
que jazem no peito esquecidas.
Como o tempo descuidado avança
nele encontro pedaços intranquilos de saudade
que por vezes parecem não ser real vida.
Mas por fim, se em ti o olhar cansado pouso
és tranquila paisagem de intensa verdade
desconhecida, onde renovo o preciso repouso
num lento e desarrumado beijo.
Por momentos que calo neste constante desejo.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
"SONHO FALHADO"
Ah sonho falhado...
Voas plo poder como se fosses lenda
és sopa de pobres com punhos de renda
que deixas no escuro toda uma imagem
num pais deserto só serias miragem.
De tantos manjares sujaste a gravata
que tanto falastes sendo tudo bravata
que já és passado em nossa memória
andas corroendo toda uma história.
Ah sonho falhado...
Não passas impune outra vez de novo
virás a pagar por enganar este Povo
brincaste com algo que nos é querido
vendeste o alheio à sombra do devido.
Deixaste salários em anos de atraso
fazes as contas sempre a curto prazo
depressa mostraste que nos enganavas
davas-nos um pouco e mais tu tiravas.
Ah sonho falhado...
Prometeste muito mas deixas tristeza
apenas contaste com a tua esperteza
que sempre dizias o Povo não dorme
mas ficas calado quando ele tem fome.
Que tanto abusaste da nossa paciência
sobras-te a lata em vez da inteligência.
se pensas que a sorte te sorri de novo
nada aprendes-te lidando com o Povo.
"SOBRESSALTOS"
Acordo sempre em sobressalto
de entre as malhas do sonho
quando o sol tarda em aparecer.
Dou-me melhor com a luz do luar
é na lua que se me solta o olhar
em filamentos difusos brilhantes.
Ao luar e no calor da lareira
fito sobressaltado as chamas
saídas da madeira de azinho.
O gato dorme anichado na cadeira
em cima do tabuleiro das damas
que jogam comigo sozinho.
Em sobressalto fico agora
olhando a escrita em que me ponho
sentado ao calor e ao luar a escrever.
Nada bate...nada rima no meu pensar
mesmo que pare por instantes
entre os ponteiros que dão a hora.
Em sobressalto está a folha de papel
intrigada com o que a espera
se parar no lume dela à beira.
A lua torna-se meia e desespera
sem calor que aqueça a noite inteira
resta o quente do azinho e o gato de mel.
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