Desejo-te viver por dentro...
Conhecer-te a cada momento
é coisa a que não me atrevo.
Seria atrevido o meu pensamento
como se o desejo fosse apenas lembrança.
Guardados em gomos de felicidade
os dias tornam-se no tempo desiguais
como fugidios voos de banais pardais
entre beirais vergados ao peso da idade.
Nada deixa direito o recatado acervo
se nasce de desconhecido epicentro.
Desejos são frutos de instantes de esperança
na conta sem soma de palavras perdidas
que jazem no peito esquecidas.
Como o tempo descuidado avança
nele encontro pedaços intranquilos de saudade
que por vezes parecem não ser real vida.
Mas por fim, se em ti o olhar cansado pouso
és tranquila paisagem de intensa verdade
desconhecida, onde renovo o preciso repouso
num lento e desarrumado beijo.
Por momentos que calo neste constante desejo.
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