sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"COISAS DO AMOR"












De que me serve quebrar o ramo florido
em que na ponta te vejo deslumbrante
se na mão me fica depois uma pernada
sem jeito vazia estéril de flor em diante.
De que me serve lançar o seixo no espelho do lago
onde brilha e mora ondulado teu nítido reflexo
se no meu estar és gota que me sacia de um trago 
a sede que trago confusa de demorada sem nexo.


De que me serve iludir a ausência de razão
onde estando ausente sempre te faço presente
deixada ao acaso por desarrumada arrumação
que me varre a vida como dor que se não sente.
De que me serve teimoso de improviso suavizar
as imagens penduradas por molas na memória
se o conto é mal contado fechado a nele entrar
por mil maneiras que tente alterar dele a história.