Viveu o país nos últimos dias uma perfeita paranoia à espera da decisão do TC sobre o OE.
Para qualquer pessoa minimamente informada nada de excitação era expectável, já que se sabia desde Novembro 2012 que havia normas inconstitucionais no orçamento.
Desde logo se assistiu a um programa de idiotices continuadas a começar pela "porcaria" do presidente que temos ao pedir a fiscalização sucessiva, ao invés da preventiva menos morosa e mais rentável por tempo útil.
Já se sabia que os subsídios cortados eram chumbados (até a minha cadela) assim como mais alguns artigos, de resto aconteceu precisamente o esperado.
O não chumbo do imposto extraordinário é a porta pela qual o governo deve seguir.
De uma vez o Governo deve concluir, que a redução da despesa deve ser feita mas não focada nos trabalhadores mais ou menos remediados (a classe média baixa e média), mas a partir dos grandes grupos económicos, de resto como a troika já avisou. Como se diz na gíria, pelos mais ricos quer eles sejam particulares ou empresas.
É aí que o Governo falha (tem falhado redondamente).
Apesar de tudo, fica embora com limitações o imposto extraordinário à solta e ao dispor do Governo, se ele o souber manusear com bom senso. Dá espaço para tomar algumas medidas desde que calibradas e muito bem explicadas à população.
Finalmente o Governo face ao veredicto, vai ter de deixar ser bom aluno, para começar a ser (desejável) um bom aluno proactivo.
Os défices são um mal menor e precisa-se é de ter e dar confiança aos credores. Assim é e sempre assim foi.
Confiança e vontade de cumprir de braço dado com todo o Povo é a receita a que nenhuma troika resiste.
Sem entrar pela via demagógica do "sótraques" que dizia que a «dívida dos Países não é para ser paga mas para se ir pagando» o que é certo é que de facto no sentido lato da expressão, esta se torna realista.
Temos uma dívida que nunca iremos pagar, mas ela já vem desde à 30 e tal anos atrás. Não é para pagar, não será paga, mas tem de se ir pagando.(omo eu percebo de dívidas).
Para gerar essa confiança necessária nos credores, tem de ser dada uma imagem de seriedade o mais real, honesta e compreensível possível.
Neste momento complicado que vivemos, como País mais endividado do que o esperado graças (a um mentecapto) mas não só, a via para a conciliação do País e para o restauro de um pouco de esperança nos mais jovens sobretudo, passa pelo exemplo que os Governantes neste momento possam apresentar.
Já ficou demonstrado que o Povo Português é sossegado, mas que não pode ser esmagado. Não há grandes provas disso. O 25 de Abril é prova fraca dado que nasceu de uma reivindicação interna das FA.
Contudo a ignorância é uma mecha de que não nos veremos livres nos próximos anos.
Mesmo hoje metade da população diverte-se entre shoppings, telemóveis, novelas e outras inutilidades mais ou menos móveis.
O próprio TC deve ser digno de um reparo atento pelo legislador já que possui na pessoa dos seus membros, benesses completamente inconstitucionais se olharmos às regalias estapafúrdias que mensalmente auferem.
Isso fica para depois.
Isso fica para depois.
O Governo tem (se mantiver a coligação) meios para negociar com a troika todos os prazos e medidas dentro do que pode ser razoável. Terá de o fazer com cuidado e terá de tomar medidas cuidadosas para não ser posto em causa e para não pôr o Povo de uma vez contra ele.
Não há perspetivas na minha opinião para lá destes limites.
A hipótese via "seguro" (o mais fraco líder que o PS alguma vez teve) de eleições antecipadas é a via do desastre irremediável. já que o resultado seria uma Pizza Italiana sem queijo.
Não somos os Italianos, que se governam mesmo sem governo.
Em Portugal, tudo ou quase tudo, depende do Estado porque ele assim o quis e assim gosta. Todos se governam, à volta dele, todos em volta dele gravitam desde sempre.
Tão pouco é pena não termos uma esquerda digna de nota, já que o PC e o BE são inimputáveis.
Portugal se visto à lupa sempre foi e é, uma coutada de meia dúzia de famílias. O resto é o Povo.
Com o chumbo de algumas medidas do TC foi dado o sinal de que ainda não estamos a saque. Depende agora tudo da forma mais ou menos assertiva de como o Governo vai abordar o problema que tem em mãos, tendo em vista o abismo de que estamos perto.
Ou pega no parapente e se sujeita a despenhar num golpe de vento, ou desce com cuidado a encosta de dificuldades que tem pela frente.
O esforço (qual doença) dos Portugueses não será curado, mas pode ser psicologicamente aliviado. o que não deixará de ser relevante e necessário.
Somos um País viável. Apenas precisamos de bom senso da parte de quem nos governa, o que infelizmente não tem acontecido ao longo de gerações.
O caso relvas se multiplicado dava um número formidável, dada a quantidade de exemplos para trás deixados.
A culpa do nosso atraso não é do D. Afonso Henriques, basta que recuemos no calendário até à última centena e meia de anos e começaremos a ter a resposta.
Num País a fervilhar de jovens habilitados e sérios, de um Povo disponível a fazer sacrifícios q/b, apesar de um contexto Internacional miserável, o Governo não deve por isso deitar a toalha ao chão e não deve esticar demais a corda da paciência de todos nós.
Nada está portanto perdido pelo contrário, tudo está por fazer: assim o façam.