O teu calor invade-me da costumada simplicidade
deixando-me sem espaço para o meu te dar
a conhecer como sonhado pensei em rosa.
Uma constante maresia insólita e maldosa
ocupa mais do que devia os espaços reservados
em lombadas escritas de amargura e rostos cansados.
Desarrumado o amor há vidas que nele existem
perdidas descuidadas entre lágrimas derramadas
reduzindo a cor a breus de memórias desgastadas.
Condenados a não esquecer o facto de vivermos
por insanidades brutais assassinas que persistem
fraquejam os esforços daqueles que a ser feliz resistem.
Como uma peste sem cor reinventada à pressa
grassa o sofrimento solto cego despropositado
sem que nesta dor a gente tamanho meça.
O teu calor perde-se no meu a vida na frivolidade
percorre-se o tempo pelo corpo sem mais cuidado
semeando no vento o espaço destinado à felicidade.
(kácus) 015