Chove a correr
por entre perdidos e achados
por entre ruas e lares falhos de calor
por sonhos desfeitos nunca sonhados
numa sinfonia surda de vida atrapalhada.
Chove a correr
entre a alma e o sentido sentimento
formando ao cair rios de agua e lodo.
Está cego o farol desta gente apagada
que não consegue singrar esquecendo.
Chove a correr
entre formas de amor desencontrados
por vielas perdidas e calçadas de amor
estranhos por perdidos e molhados
já que de tudo acaba por não ter nada.
Chove a correr
em campos regados de esquecimento
molhados de água e vidas duras de todo.
Marcas mascaram rostos de pele engelhada
que da lei submersos vivem no tempo morrendo.
Chove a correr
não deixando ver lá fora
a chuva que cai e demora
o horizonte da esperança.
Desencontrado que está
da lembrança...
do amor...
e do ser.