Acordo sempre em sobressalto
de entre as malhas do sonho
quando o sol tarda em aparecer.
Dou-me melhor com a luz do luar
é na lua que se me solta o olhar
em filamentos difusos brilhantes.
Ao luar e no calor da lareira
fito sobressaltado as chamas
saídas da madeira de azinho.
O gato dorme anichado na cadeira
em cima do tabuleiro das damas
que jogam comigo sozinho.
Em sobressalto fico agora
olhando a escrita em que me ponho
sentado ao calor e ao luar a escrever.
Nada bate...nada rima no meu pensar
mesmo que pare por instantes
entre os ponteiros que dão a hora.
Em sobressalto está a folha de papel
intrigada com o que a espera
se parar no lume dela à beira.
A lua torna-se meia e desespera
sem calor que aqueça a noite inteira
resta o quente do azinho e o gato de mel.
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