Despi-te em ondas de espuma de ternura
como o mar tempestuoso despe o farol.
Nada nos separa nesta ventosa loucura
de calor que ousámos em usado alvo lençol.
De bocas coladas trocamos então sabores
em luta constante com a posição vertical
até suavemente em mim o rosto poisares
entre lágrimas de saber com sabor a agua e sal.
Recordámos abraçados o início da tempestade
dando-lhe o nome de um tornado de verão
rodopiando em nós pla primavera da idade
espalhando as roupas abandonadas no chão.
Estavas nua cintilante como distante estrela a luzir
num silencio de céu azul que imaginei ser o meu
planando nele sem rumo num mundo por descobrir
cujo fim o destino levou a desejado amor que nasceu.
Como um farol surgis-te altiva de luz que sonhei
abraçada de espuma deixo-te por acordar
deste inventado tornado em que tentado enlacei.
Levado por ondas de ternura e doçura de mel
em lento recuar volto às profundezas do mar
resta na aurora o poema em molhada folha de papel.
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