quinta-feira, 13 de abril de 2017

"DISSOLUÇÃO"












Nua aconchego-me ao lençol salpicado de sangue
não te pressinto o ser a imagem que de ti guardo
é a camisa fora das calças quando lesto fugiste
deixando-me a escurecer tão ferida e triste.
Dói-me o corpo por fora mesmo parado
dói-me o que sobra por dentro exangue
tenho o olhar lento o peito baixa e levanta sem eu ver 
enrolada sinto nos pés a minha camisa de seda rosa
oferta tua quando de mim parti para te conhecer.
 
Revolvo alegrias partilhadas antes de te enlouquecer
e tu adoidado me fazeres sorrir às estrelas distantes.
que ao luar deitados fazíamos por descobrir
tornasse-me baço o olhar sentindo um frio desconhecido antes
que teima em me deixar como rosa seda a desfalecer
perdida no medo gelado de me perder
sem uma oração que guardo mas não sei rezar.

 

 

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