segunda-feira, 25 de julho de 2011

"HISTÓRIAS DA ÁGUA DO MAR" V

Ilha de tanegashima
Um dos Povos que mais me fascinou pelos caminhos do Mar  foi o Japonês.
A par da modernidade das suas cidades, o mais importante foi a constatação de uma  educação e lealdade que em todas os nossos contactos casuais ou não nos ficou na memória e a que não estávamos habituados. 

Era uma atenção genuína aquela com que em todas as circuntâncias nos presenteavam. Claro que de certo modo eramos considerados VIP  mas isso não era visível ser condição para que os Japoneses e Japonesas fizessem mais do que aquilo que se via ser mais do que habitual  fazer.

Era espantosa a maneira com que nos tentavam entender e curiosa a curiosidade que por nós e pela nossa história usos e costumes revelavam.
Muito mais sabiam eles dos nossos costumes, do que nós dos deles.
 Tinhamos tido alguma influência, na língua pelo que havia várias palavras trazidas pelos nossos descobridores e mercadores ao tempo.
Fomos os primeiros como Povo  a introduzir o comércio e as armas de fogo na ilha de Tanegashima,(1540)  Ilha a que os navios ou navio arribaram perdidos, depois de uma tempestade.
Em Tanegashima está instalado o complexo espacial Japonês local que visitá-mos demoradamente e em que fomos confrontados com o contributo quase desconhecido do grande publico para a descoberta do Espaço pelo Japão

Era o tempo da epopeia da descoberta devido à necessidade do aumento do comércio a partir de Malaca e da Indía e o tempo  de levar  e fomentar o Cristianismo (1542/9).
Destes acontecimentos muitos e variados factos relevantes ficaram e fazem  parte da história comum.
Das mais famosas relembro a pregação e a divulgação da palavra cristã  por S.Francisco Xavier que ainda tem vestígios em Nagasaki  e a morte dos padres Jesuítas depois de instalada a intolerância Budista.

As palavras Botan,(botão) koppu, (copo) pan, (pão) ou furasuco (frasco) têm origem Portuguesa e o Pão de ló (Kasutera) é dos bolos mais procurados por quem visita a cidade de Nagasaki.
 Saíndo do ainda que breve afloramento da história  entre os dois Países e voltando à realidade de  1983, um dos aspectos que ebtão mais nos fascinava, era a disposição para o canto livre que todos sem excepção demonstravam nas mais variadas ocasiões.
Era o tempo do karaoke (desconhecido ainda em Portugal) em que todos, (os Japoneses) praticavam como mais uma forma (nada fácil me parece) de passarem os tempos livres  uns com os outros ao até mesmo na sua actividade profissional se esta fosse por exemplo o turismo.

"Casa típica de jogo"
A vida em Osaka paltava-se na classe média  pelo trabalho diário de mais de 8 horas, seguida  de uma ida às casas de jogo electrónico nas suas mais variadas formas e em que o jogo com mini-esferas de metal parecia o mais popular (embora para nós incompreensível) e uma ida ao bar mais próximo falar com os amigos, e amigas, beber umas cervejas ou o saké aconpanhados de : Digamos petiscos 
e cantar as suas musicas preferidas.

Era por isso normal  um suposto cliente de ambos os sexos  novo ou velho sair do seu lugar consultar ao balcão o "lyrics book"  pedir a musica e um microfone e simplesmente cantar..
Ninguêm  negativamente se manifestava, apenas aplaudiam ou acompanhavam conforme as circunstâncias de momento.
Tudo era para o comum Português (nós) de ficar com os olhos em bico perante o respeito e simpatia que reinava entre aquelas pessoas quando nada de especial se por vezes comemorava ou nada mesmo se comemorava para lá do facto de estarmos no mesmo local.
Era apenas um exercício individual a maior parte das vezes.

Por todo o lado era uma constante este aspecto da vida dos Japoneses e ao fim de algum tempo era sem espanto que assistíamos a verdadeiras maratonas de ilustres desconhecidos cantarem para todos musicas do seu universo cultural com toda a simplicidade e naturalidade.

Uma vez aquando de uma deslocação oficial ao restaurante frequentado pelo Imperador e sendo acompanhados por um representante da Embaixada Japonesa como se de guia turistico  se tratasse, ficámos  mudos de espanto quando ele próprio depois da algumas explicações triviais pegou no microfone do autocarro e começou pois claro também a cantar umas musicas que dedicava com carinho a todos nós.

Parecia-nos e isso nos foi confirmado posteriormente que depois destes três pressupostos (trabalho ,jogo e karaoke) finalmente  regressavam (eles e elas) ou não a casa dependendo do tempo que ainda sobrava para o novo dia de trabalho.

                "Hotel  armário"
Uma das opções era o hotel cama muito requisitados já nessa época.

A par de um transito organizadamente caótico, de uns transportes publicos de espanto de um respeito enquanto comunidade entre si  e de uma simpatia e educação sem limites para com os de fora, estes foram alguns dos aspectos que mais gratas recordações nos deixou a estadia no Japão.








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