quarta-feira, 20 de junho de 2012

"VERMELHAS BRILHANTES"








Olho uma flor invulgar caída ao acaso
pego nela com cuidado.
Tem duas pétalas vermelhas brilhantes.
Não sei se há flores com duas pétalas
mas existe uma.
Esta que encontro no chão molhado.

Por analogia vejo-as como uma só
qual o amor deve ser logo que possa.
Dois em um bem juntos livres de sombras.
Vou recatar ambos do vento e do mau estar
da chispa à solta que tanto fere o bom senso.

O rancor e a seca fazem murchar o amor
definha-o retirando-lhe o brilho em instantes
da consciência que seca nos dias se perdeu        
ambos ponho num vaso de ideias que guardo

Sem acerto é persistente a roda viva da dor
impedindo o desejo  pressentido antes
fenecer a cor da pétala se já o amor morreu
num olhar que me lembrando tanto tardo.

Duas pétalas que o chão me deu
e com todo o cuidado guardei
nas folhas dum livro meu e teu
repouso das pétalas que sequei.










 

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