quarta-feira, 16 de maio de 2012

"SONHO DE MAIO OU TALVEZ NÃO" II




Se em Maio de 2010 atravessei o pensamento entre kácus e me questionei sobre o rumo a dar aos kácus e ao pensamento.

 Já em Maio 2011 divaguei o olhar dos dedos entre factos e personagens feitos de kácus e os seus efeitos maléficos na vida que nos vai escorrendo pelos dedos, que nos escapa como sociedade e que lentamente nos vai expoliando de esperança.

Passados dois anos o "Maio o mês do pensamento" continua a ser um espaço de  tempo em que a negritude do horizonte prevalece sobre a luz que se pretende vislumbrar.

Como se a falta de projeto de vida não fosse só por si  um dos maiores  dramas para milhares de jovens, a crise Nacional e Europeia teima em fazer da vida quotidiana das sociedades mormente a Portuguesa uma verdadeira aventura.
Soma-se à baixa de rendimentos das famílias, a baixa de produtividade do País e a subida em flecha do desemprego.

O desemprego jovem é uma constante por toda a Europa,contudo mais grave ainda é a chegada de novos desempregados com idades entre os 45 e 60 ainda longe da idade da reforma (65) e esses sim, sem a miníma chance de voltar a ter um emprego.

Dirse-ía que são desempregos a dobrar dado que à pouca prespectiva dos jovens (dos filhos) junta-se a penosa realidade de até os Pais ( por vezes o  casal) se verem  na impossibilidade de prover o sustento da comunidade familiar.
Assiste-se ao regresso à  casa paterna de filhos e filhas e respetivas famílias depois de tudo ou quase tudo terem perdido.

Como agora se sabe, era errado a compra de casa própria com recurso ao credito bancário logo (na maioria dos casos) no início de carreiras e constituíção de familia.
Como agora se sabe,  não tivemos uma politica de arrendamentos durante muitos anos credível e justa  para inquilinos e senhorios.

O resultado em época de crise global, é o que se nos depara actualmente com a falência de milhares de familias e a subsequente entrega na maioria dos casos das casas aos bancos.

A necessária mobilidade para o  mercado de emprego dentro e fora do país é  muitas das vezes
afetada pela  propriedade, tendendo esta em muitos casos a  funcionar como âncora  atrapalhando assim a necessária  disponibilidade profissional em diferentes lugares e  em curto espaço de tempo. 

Com cerca de 800 mil desempregados (oficiais) 1 milhão (oficiosos) em Portugal  o resultado que se adivinhava em Maio de 2010  confirma-se.
É a constatação (então por mim observada) de que estávamos a caminho do estado de kácus geral.

A mudança de governo só por si apenas demonstrou o quanto de mau esteve a ser feito durante anos ao País e aos Portugueses, na outra Europa o estilo foi diferente para melhor sim, mas não muito, como de resto se observa. 

Os Portugueses viram-se confrontados com a realidade finalmente,sendo que mesmo desta vez nem sempre lhes foi explicado o procedimento correto a ter, nem explicado foi o critério das medidas a tomar e as suas consequências nos tempos mais próximos.

Sucedem-se por isso as falhas, as demoras e os erros de casting no cumprimento de um guião que não foi por nós escrito, mas que vai ser por alguns de nós  interpretado.
Diria mesmo que o filme prima por um excesso de actores secundários exclusivamente o que o torna de todo injusto  e  inconsequente.

Vive a Europa o perigo de implosão senão tanto pela Grécia, mais pela insustentável degradação financeira e social com que outros estados nucleares (casos da Espanha,França e Itália,) estão confrontados.
Portugal mais adiantado na degradação está sujeito e exposto  perante forças e interesses que não controla nem sabe como controlar.
Fazemos como  que uma espécie de navegação assistida por control remoto.

O mês de Maio é por isso um mês rico em acontecimentos e propício a exercícios de futurologia mentalo- diarreica.
Em Portugal, este  Maio apesar dos kácus que nos infestam, tem sido pródigo em acontecimentos mais ou menos inesperados:
Promoções do Pingo Doce com um espalhafato digno dos saldos do Harrods, relegando até para segundo plano as manifestações do 1ºde Maio.
Os casos de faca e alguidar nos serviços secretos (dignos de qualquer tasca da CIA).
O sempre concorrido 13 de Maio de Fátima com 20 toneladas de velas queimadas.
A sempre notícia da escolha dos 23 heróis nacionais para a seleção.
E por fim, "isso mesmo" por fim, o tal milhão de desempregados do nosso desespero, mais a crise diária de (quase todos) os Portugueses.

No meio desta desgraceira "Maioana" resta esperar e desejar que entretanto uma réstea de bom senso nos venha a tempo iluminar sob a forma de umas  medidas para:
A Justiça.
O combate ao compadrio e à corrupção.
Algumas (muitas) medidas para atraír o investimento estrangeiro e privado e já agora uma pequena luz ao fundo do tunel.

Como se vê tudo coisitas de "lana caprina".

A ausência  delas contudo é o suficiente para um Maio de 2013 rico e próspero em desesperos da mais variada ordem.

Por mim, já tive Maios piores ...A ver vamos ! «Maio Maiás mês em que nasceu o rapaz» (como dizia o meu Pai).

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