sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"PODE SER"














Não sejas assim impulsiva
que o tempo está de saída
sem retorno que se imagine
conseguido ou duradouro.

Penteia-te de novo
emoldura o rosto
deixa-me ver os olhos
a curva das sobrancelhas
o teu sorriso descuidado
e o sulco do teu decote.

Pode ser "inda" que eu sirva
não seja causa perdida
pensamento que desatine
até um pequeno tesouro.

Nem tudo pode ser estorvo
tão pouco um fogo posto.
Veste a saia de folhos
calça as botas vermelhas
"Pra" irmos de braço dado
 rever a estrela do norte.

Pode ser "inda" que eu sirva
para uma tela esbatida
onde o nosso amor atine
lata se torne de novo ouro.



 

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