Noite de Carnaval lá fora.
Carnaval... o meu vencimento mensal.
Tenho vontade imensa de comemorar.
Não recebo bem nem nada.
Pago com o corpo de cansaço
quando a madrugada chegar.
Depois é sair solta e brava com a vida
que perdi em mais uma noite de entrega
cansada e dormente.
Muito (sempre) muito trabalho
com a doença e o doente
que todos em festa esquecem
que ninguém como eu sente.
Também eles... estão esgotados
de esperar um "cabeçudo" ausente.
«A minha filha não veio nem meu neto
que é tão esperto».
O Carnaval da nossa corda bamba
dança-se aqui na noite comprida
entre olhos de esperança encovados
ao ritmo de um triste conhecido samba
que se ouve em surdina de sons amanhados
da rua e da praça de Carnaval perdida.
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