Se algo em mim gostaria de aproveitar
seria decerto aquilo que deixei de praticar
escolhendo as palavras certas e todavia
conseguir pensar em tudo que guardo de ti.
Pensar nisso faz-me contudo mal hoje e fico
se neles deixo arder sem conta o pavio como
copo vulgar de fosco vidro meio cheio meio vazio
melhor parecendo elaborado raro e real penico.
Injusta justiça esta que me faz ao lado passar
de jardins de pedra que lentos revejo medrar
como terras deixadas lavradas em pousio
privadas de adubos que à toa desperdicei.
Fui falso cego e na cegueira fiquei leve vazio
como alvorada fresca que na noite inventei
guardando nela a preceito outras lembranças
até que do cheio vaso somente resta-se um salpico.
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