Que tempo este que me desacorda
quando acordado sempre estar pensava
e me desloca para uma penumbra
desconhecida que me afasta
da realidade que gostaria de ter.
Foge-me entre as frinchas que a idade
vai abrindo na fortaleza que pensava
poder manter apesar de tantos erros
cometidos... Descuidos mais propriamente
que embora sejam próprios de gente
castigam nos anos o corpo e a mente.
Vejo-me preso de movimentos
antes vulgares sendo que me sinto
ficar lento no pensamento que parece
ser precisado de um qualquer cuidado
paliativo que não pedi para ter guardado.
Parece que o mundo roda ao contrário
pareço estar no mundo a ficar cansado
ou estagiário em formação para
nova realidade... Antes só pressentida.
Será vida ou apenas fases da morte
lenta para uma vida tanto tempo desatenta.
Sobra o olhar nas folhas e nos frutos
do meu inventado jardim que floresce
pleno de luz e de amor que me enriquece.
Sobra a mão do amor que me amanhece
lado a lado nas noites de todos os dias
como rio fosse que para o mar corre e... Acontece.
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