São passos teimosos e curtos no espaço que resta
neste quarto verdadeiro caixão em forma de cela
que da janela liberto inocente meu olhar que já não és.
Lembro a presença de velho adubo de cheiro adocicado
guardado na casa das sementes com osgas por todo o lado
esperando eu miúdo a trovoada que rugia estremecendo a janela
como que relembrando o medo que tive eu e eu a teus pés.
Sinto já na pele este vento revolto no pó antes parado
e no movimento já és do lado de lá a sombra e as costas
do meu corpo que deixo parado como de esguelha.
Vejo melhor de lado as partes que não me mostras
agora que te arredei deste enredo antes emparedado
que me prendeu mais do que a devido era dado
se as folhas tremem mais do que a luz que as espelha.
Os pardais como um bando de loucos aprisionados
escoam-se com a enxurrada da vida que se abateu
sob os nossos ribeiros de águas nos olhos molhados
escondidos que mais nada aparece do que se perdeu.
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