quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"ALUARADOS"


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambos  sobrámos
sobre este leito cansado de nós
sob esta lua descolorada
que nos aluarou
enquanto paixão
assolapada  nos juntou fez-se mar
e amou.
 
Ainda lembrámos
os gestos e afagos
de dedos entrelaçados
gritos amordaçados
das voltas que a vida deu
sabendo nós que perdendo
até o luar se perdeu.
 
O teu respirar
está como o meu
o suor dos dois
antes e depois
já secou morreu.
 
As cortinas de rendas
cansadas
esvoaçam de brisas
que nos visitam
aluaradas também.
E o tempo desliza
de entrega
mesmo sabendo nós
das partidas que o tempo
prega.

Veste um qualquer lençol 
de chama ardida
sem te olhar no vidro
atrás junto à lareira.
Vamos então de partida
até encontrar o sol
que sem querer se apagou
de eterna luz inteira 
que perdida se esfumou.



 
 
 

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