sábado, 17 de novembro de 2012

"SEM VELA NEM BOIA"

 
 















Os tempos que hoje cobrem a vida que me resta
dão-me a sensação de uma imensa falta de ar.
 
Respiro mal e sem motivo dou por mim portador de uma nostalgia sem fim que advêm do facto de mais uma vez sentir que estou  num País desgovernado, roubado e quase em coma profundo.
As provas de morte cerebral apenas não são feitas por falta de meios e por falta de discernimento de quem manda e por quem se deixa mandar.
 
Espera-se que o Povo aguente e que a economia cresça por milagre. As pessoas espoliadas dos poucos trocos não consomem, o desemprego alastra e as palavras sérias há muito que deixaram o vocabulário dos nossos governantes.
 
Vivemos nós e a Europa uma espiral quase que de resseção que não será passível de resolver nos próximos tempos, já que as contradições entre os Estados são muitas e já que a verdade (diga-se também) é que alguns Países e Povos onde claro nos incluímos, fizeram asneiras, roubos e patifarias sem a menor vergonha e sem o menor controle.
O resultado aí está!
 
Apenas uma mudança total de paradigma de vida, nos poderá voltar a colocar em níveis aceitáveis de poder dizer que somos ou estamos em vias de ser um País Europeu, com tudo o que isso implica.
Tarefa essa impossível mas isso é outra conversa.
 
Quase impossível de todo direi nos próximos 25 anos.
 
Toda a nossa população com mais de 50 anos é maioritariamente quase que  analfabeta (o ser analfabeto não quer dizer que não comprem jornais desportivos, ou tenham tlm, TV cabo, carro e xuxas).
Os Empresários com mais de 50 anos são maioritariamente "PATRÕES" atascados em dívidas e ignorância, a par de outros tantos atascados em dinheiro e ignorância  que pouco ligam, pouco cumprem, pouco se ralam com a saúde económica e social dos seus trabalhadores.
 
Claro que como em tudo há exceções e muitas...mas não chegam infelizmente.
 
Impera a lei do incumprimento de prazos horários e ordenados, a palavra dada não é assumida, não existe na maioria dos casos.
Espera-se mais tempo por um canalizador do que por um médico, por um eletricista do que por uma carta vinda de qualquer lado do Mundo.
O País vive e suporta os pequenos poderes dos pequenos déspotas, porque o poder é uma arma desejada desde sempre e a que muitos Portugueses se habituaram a usar.
O Policia tem poder, o Enfermeiro tem poder, o funcionário qualquer que seja a repartição tem poder, todos têm poder.
Quanto a mim o mais grave, é que o usam indiscriminadamente como se fosse necessário utiliza-lo não vá alguém não reparar nesse "poder".  
 
É norma não se pagar a quem os serviços presta, diz-se «depois vou lá pagar». Até um dia  acontecer muitos dias passam e por vezes nem passam disso. 
 
Quem trabalha honestamente, está nestes tempos que correm sujeito a uma vida dura e difícil.
Os jovens  na sua maioria embalados nos sons dos tlm´s e na ausente e atempada falta de estudo estão como náufragos no meio do oceano sem vela e sem boia.
Verdade seja dita que os que ao contrário fizeram com esforço o estudo com menos cantigas ou não, estão também no meio do oceano, mas têm vela e boia o que é uma grande vantagem pelo menos à partida.
 
Portugal e a Europa, estão no meio do oceano global à deriva e ao sabor das correntes emergentes, sem boia e sem vela no caso Português, sem leme e sem timoneiro no caso Europeu.
Tempos difíceis os de hoje.

Portugal sempre, sempre atrasado, nunca vai recuperar do atraso que lhe foi imposto por um tal de Salazar e por uma maneira de ser e estar que os últimos 30 anos vieram a confirmar.
Somos muito bons mas temos de ser mandados. Daí o êxito que granjeamos noutros Países como trabalhadores sérios e cumpridores.
Cá dentro, não se podem dar grandes liberdades a quem delas não sabe tirar proveito a não ser para uso próprio e exploração dos seus concidadãos.
 
Os nossos governantes, se houvesse uma tabela classificativa não passariam nunca de medíocres desde os tempos da Monarquia.  
 
Fruto deste estado de coisas aqui estou eu que embora sem tlm porque não havia  e pouco estudo que já existia e  dele me apropriei também, se vê dizia, perante um desfilar de agruras de duas ou mais gerações sem grandes perspectivas de vida se quietas e presas do medo de partir para o Mar.
 
Recebem os Pais os filhos e os Netos  que saíram em bom tempo mas que a vida os "tramou" e gerações se perfilam que nem chegam a sair nem a filhos ter.
 
Está  por tudo isto  refém no meu entender  uma grande parte da população Europeia e Portuguesa em particular, do modo como se jogar o puzzle da concertação ou da destruição Europeia.
 
Sem Europa Unida, será quase que inevitável o caos e a agitação social típica dos velhos tempos Europeus. (Um grupo estranho de Países em permanentes guerras entre si).
 
O perigo não está na Alemanha nem em ninguém em particular, o perigo está dentro de cada um e na deficiência com que se elegem os que pretendem  nos "desgovernar".
O perigo está ao sabor de uma fraca atenção dos eleitores e de uma fraca intuição para a valorização do trabalho e da cultura.

 
Não pode um País ser pasto incontrolado da corrupção a todos os níveis da governação, do compadrio e das benesses injustas.
 
Pouco resta ao Povo de novo,  a não ser a procura da vela e da boia para mesmo sem leme e com a ajuda dos ventos e das correntes  rumar a bom porto.

São as esperanças que antevejo para  um amanhã melhor para estes novos e velhos  navegadores.

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