Correm o tempo rios e pensamentos difusos
prolongados como o cansaço que provocam
baralhando as razões entre bons e maus usos.
Sobra a resistência que lhes faz frente
num labirinto de ideias que nos impele
a delas sair fugindo em tempo decente.
São rudes de travar os dias embrulhados de pele
envolta que revemos em papel sem preço certo
como nascidos fossem de sonhos por desbravar.
O amor é assim rio que consegue desaguar
mesmo que ferido de mágoa ou destino incerto
sabe que seguindo em frente acaba por ser mar.
A confusão serve-se quente em pratos rasos
para não ficar privada da mais desejada verdade
mesmo que cegos sejam a vontade dos acasos.
O rio feito amor sacia o eu e as ervas daninhas
que nascem e crescem sem ser preciso regar
morrendo dentro do tempo se as soubermos notar.
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