Correm tão apressados os tempos
que os abraços desejados ficam por dar
esquecidos e soltos em mar coalhado
de indiferenças.
Esvoaçam pelo ar gestos sem rumo ou tino
em olhares difusos mortiços de parecenças
fecundadas por estranhos desconfiados feitiços
inventados por vento passado em fugazes desatinos
envenenados coloridos elaborados de crenças.
Correm os dias como as contas de um rosário
visitado de ladainhas inventadas e mais rezas
desabridas de estranhas e informe razão.
Entre os dias labora-se um rol de triste fadário
por ideias deslembradas que jazem de andança
vogando num mar inteiro pintado a cores de nevoeiro
Fantasmas de cores e formas bizarras ladeiam
os sulcos que o tempo agreste escava na alma
arrefecendo o destino queimando a esperança.
Caem as folhas ao acaso pla noite do mundo inteiro
como fossem vidas perdidas privadas de história
tal se torna o amor quando enrugado da idade
antes alegre descuidado lavrada em sonho e glória
por continuada lembrança de pontos brilhantes
que de tanto brilho dão agora contorno à saudade.
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