quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

"DENTRO DA NOITE"













Era difícil o sono encontrar
sem te ver a meu lado
deitada à minha direita
junto à janela entreaberta
que logo teimavas fechar.
Como rios tornados desiguais
corríamos em leitos diferentes
em correntes de sentido contrárias
sem tempos possíveis de iguais.

Nos gestos perdidos do lamento
perdeu-se na mágoa o coração
de presumida e ocultada razão.
Os rios de contrários deram em nada
sem caudal  capaz de encher oceanos.
O sonho é terreno baldio de tormentos
coberto afogado debaixo dos panos.
Até que a tão desejada madrugada
nasça nas asas de renovados ventos.


 

Sem comentários:

Enviar um comentário