sábado, 11 de outubro de 2014

"CACOS DE VIDA"
















Sob esta luz que me aquece ou não
cá fico de novo  parecendo estar só 
Pensando no real abstrato da vida
em longo estranho e triste só li dó.
É mais um  caminho sem à vista saída 
que não sabendo  eu a razão... sinto
que vou ficando vazio de ideais
pensando se outros como eu assim estarão.
Passo nesta luz que me aquece ou não
horas teimosas que lentas me esvaziam
de destinos exaltados sem rumo à mão
como preso em laços que me prendiam.
 
Sob esta luz que me aquece ou não
vislumbro um fraco esboço de viela 
perdida em sombras que não são de ninguém 
que estando eu nela sou dela sombra também.
Sob esta luz que me aquece ou não
invento quartos de amor em pedaços de vela
salpicadas por destinos adiados de viagem
correntes perdidas sem erro nem margem.
Sob esta luz que me aquece ou não
por vezes parece que o rio nasce no mar
e que a  nascente está para nascer
partindo do nada...  pra sem querer nada dar.
 
Sob esta luz que me aquece ou não
dependo do querer voltar a fazer...
encho as mãos dum futuro que retorna o tremer
deixando-me ser... sem desejada emoção.
Sob esta luz que me aquece ou não
procuro naquilo em que me dei e perdi
sem à mão razão para a luz que se esvaneceu 
quando em vez de me  iluminar  morreu.
Debaixo desta luz que me aquece ou não... 
fico no escuro parado... pensando se tudo vivi
esperando que a sombra não pense o que já pensei
vendo eu nela um amigo... já que outro caco arrumei.




 
 

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