segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"BIOLOGICAMENTE CONFUSO"














                      
Sou feito de tudo e de nada como a vida
dos dias melhores e anos piores
de tristezas alegrias de azares e harmonias
que escorrem como a água que sobe saída do monte
se fico virado ao contrário no sonho.
De saudades fica o tempo adornado
deslumbrado desajustado da hora real
como a cinza levada pelo vento que voa
em dias de acalmia como ar de envergonhado  
que esconde mais do mesmo e mais do mal.
A orquestra toca sem se ouvir... mas se sente
o vibrar e a beleza dos sons pressentidos 
melodia do dia e da noite... até que a alma nos doa
por um piano cansado ou mudo por tons ressequidos.

Deixo que o vento acorde e levante o mar
e este me envolva  lavando-me do passado
dos erros e do sal amarelado de maresia e gente.

O rio meio cheio  passa lento na procura do vazio
depende do ponto de vista em que é visitado.
Tudo se torna a espaços claro  como num copo partido
fora de tempo ou corpo abatido num canto de viela
onde passo desnoites com ela sem ver um filme sem fim. 
Olhar de nada sendo o alvo um fruto indesejado
que passa no escuro mais por verde que maduro.
Toca a orquestra no hotel e vejo-a de peito para mim
do alto... deitado me baixo para lhe dar a mão
a noite está cansada e eu no coração por um fio.
Mas... muito tempo passa desencontrado e perdido
num oceano batido pelo mar da madrugada deslumbrado.
Solta-se o tempo e o céu  cai de repente  com estrondo
em cima do que feliz ainda resta e do cansaço que repassa.

Não dou pela hora... nem ao chamamento respondo.
Os laivos da claridade atravessam o olhar mas não o rio
nem me faz diferença isso. É apenas o tempo que passa. 



 

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