Debaixo de tudo
escorre a vida atrapalhada
como se tudo fosse nada e o nada fosse inventado.
Correm os dias como se fossem contas
de um terço perdido no nevoeiro.
Fazem-se obras que nunca estão prontas
e remendos lascados de tempo inteiro.
Corre a angústia do dia seguinte
por não se saber se há dia seguinte que nos leve.
As folhas já se perderam no vento de novo
e a chuva o vento não leva...
Correm apressados os desejos de abraços esquecidos de dar
Faltam pontes para rios atravessar e parar para pensar.
Tudo parece um pouco mortiço aos olhos...Será ?
Será defeito sentir o passado como se fosse o presente ?
lembrar no presente o que já foi passado...Será ?
Correm os dias como se fossem contas
de um terço perdido no nevoeiro.
Fantasmas de todas as cores percorrem-nos o caminho
cada vez mais difícil de suster com tempo.
Tudo se esquece e lembra sem tino.
Tudo arrefece aquecendo o destino.
O amor ainda existe só que preocupado
como se estivesse no tempo mais parado
há espera de melhores dias ou condições
Ou tempo.
As memórias atropelam-se e damos por nós a falar...Aos tropeções ?
Falamos já não somos ouvidos...Sentidos seremos ?
Dúvida !
Atrapalhamos uns e outros que nos cogitam o pensamento
que conseguimos em nós encontrar como o mar fixa o olhar.
Correm os dias como se fossem contas
de um terço perdido no nevoeiro.
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