Atravessam-se no tempo pensamentos difusos
confundem-me pelo cansaço que vão provocando
baralhando as razões entre os bons e os maus usos.
Resta-me a resistência com que lhes faço frente
descobrindo no labirinto das ideias que me impele
de delas sair fugindo em tempo assaz e decente.
São rudes os dias embrulhados de juízo travar
envoltos que estão em papel sem preço certo
como se nascidos fossem em terras por desbravar.
O amor é turvo rio que segue acossado desaguar
como se ferido de morte rumo a um destino incerto
não sabendo sequer se indo em frente vai ser mar.
A confusão serve-se quente em pratos rasos
para não ficar inquinada nem longe da verdade
por maior que seja a cega vontade dos acasos.
Voltando a ser o eu como soltas ervas daninhas
que nascem e crescem sem ser preciso regar
morrendo por dentro do tempo sem se fazerem notar.
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