Sinto na pele os salpicos constantes da distância
como chuva miudinha que tão chata se tornasse
daquela que não molhando é água caída de cima
se entranha provocando a sede de um desejado enlace.
O mar e terra que sempre nos espreita e separa
junta-nos em ondas mexidas e caminhos vadios.
por margens esquecidas de rio que o tempo secou
de esperanças que renovamos em redobrada sina.
Os salpicos são passageiros como ligeira é a dor
pensam que nos molham mas passam ligeiros.
São como desejos frios travestidos de calor
ficando suspensos em história que se não esquece.
Não será de extrema gravidade se na distância
os salpicos no corpo a espaços nos arrefecem.
Sentimos que mesmo sendo vasto o espaço do dia
nos resta a imagem que na memória permanece.
Os salpicos são como pingos caídos de amor
que temos a sorte de receber sem por eles dar.
Como recados guardados isentos de segredos
pedaços de tempo que nos limpam de medos.
Guardo os meus salpicos quase diria todos
os de amor os outros e os que mais tarde reparei.
Fico na noite à sombra do luar pensando neles
na quietude do escuro contando-os por alguns dedos.
A chuva miudinha passa mas os salpicos ficam
doces indefesos inofensivos sempre brilhantes.
O luar deixou-se adormecer e os sonhos salpicados
ficam à espera de novo dia de bem comigo como dantes.
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