sábado, 31 de março de 2012

"O AZAR DE UM POVO A FERIADOS"

O CULPADO


Parece-me razoavel  perguntar-nos se a situação actual de Portugal é uma má fase e por isso transitória no percurso de uma nação quase milenar, ou é um resultado óbvio tendo em conta o percurso efectuado desde a sua fundação (1143).

Numa análise ligeira decorrente duma abordagem despretensiosa julgo perceber que "melhor é impossível".


Aos tempos truculentos das lutas pela Independência e do rol de Reis e Rainhas, seguiram-se os tempos novelísticos de uma monarquia constitucional (1822) pautada de escândalos aqui e ali e referenciada à exaustão dos grandes feitos de um Povo que  se abalançou  pelo mar, seguir os favores do vento na procura de novos sonhos e oportunidades para fugir à pobreza  e desigualdades sociais já enquistadas no País,tal como hoje de resto. (Eis os descobrimentos).

Por todos os Continentes a par de importantes inovações técnicas principalmente na arte da navegação e construção de defesas contra os locais deixámos a nossa marca.
Interessava contudo ao poder instituído principalmente o mercantilismo com o fito na obtenção de chorudas riquezas tendo em vista a alimentação e engrandecimento do ego e dos  gastos ostentatórios de um  poder e de um  reino matizado de vaidades e vícios que  nunca os interesses ou necessidades do Povo ou da Nação.

Tal como nos últimos tempos e numa análise necessariamente redutora mas interessante por simples, os TGV´S (ou a mania das grandezas) existiam disseminados na matriz dos governantes, embora neste particular sob a forma de palácios, festas, catedrais e outras manifestações de opulência subsídiadas directamente pela exploração e ausência dos cuidados e obrigações a ter para com os seus cidadãos.
Era o saque dos recursos e  riquezas naturais desenfreado e constante que norteava os desígnios da nossa passagem pelos novos territórios.
Vivíamo sob uma monarquia que passava por ser a  mais "saloia" da  Europa de então e assim continuou durante a sua longa existência, salvo raras excepções.


De desgoverno em desgoverno ficámos facilmente à mercê da perda da riqueza e posições adquiridas no contexto mundial à época por acção de potências concorrentes como a (Inglaterra França e Holanda ) culminando numa humilhante dominação Espanhola (1580) que durou quase 70 anos.


Restaurámos a Independência em 1640 e de seguida foge a monarquia fantoche para o Brasil (1808) no meio do maior escândalo e admiração (por ridícula) até chocante para as cortes Europeias.

Fugia-se então dos Franceses e de Napoleão.
Bem o Povo pagou  no corpo e na alma o(mais um) desvario do poder e do cobardismo reinante nos meandros de uma corte decrépita enquinada de oportunistas e cobardes.
Tudo foi vendido e roubado e empenhado para o sustento dos interesses de todos aqueles que no poder e pendurados nele tomaram então tão "digna" decisão.

A Estada no Brasil  tema que não interessa agora abordar foi um rosário infindável de excessos e exploração quer das riquezas locais, quer dos derivados da escravidão, tendo sempre como fim, a ostentação e a manutenção de uma sociedade que sobrevivia de expedientes e roubos ainda  que em redor de uma "coroa" ridicularizada e ridicula ela também soçobrada à corte Inglesa que lhe fomentava a sobrevivência.

MORTE AO REI
A monarquia definha e é deposta com a morte (assassínio) de D.Carlos num episódio típico de um País já com 800 anos de história e 900 direi de atraso em relação ao status em seu redor.


Implementada a Republica (1910) e mudados os protagonistas do poder, depois de um pequeno período de esperança para o Povo eis que volta de novo o mesmo estilo trauliteiro, pacóvio e sem ordem  nem roque que de resto era a prática a que o País vinha desgraçadamente habituado.
Uma constante sempre se manteve ao longo deste percurso de mais de 800 anos, um Povo abandonado, explorado e reduzido ao minímo de condições de vida por uma classe política desvairada pelo poder e ocupada no saque e exploração do que ainda restava.

Sucedem~se os governos as matanças e os golpes. Sucede-se a pobreza a fuga de um povo e a exploração dos que por cá ficavam.

Deixámos com o tempo e com atraso caír todo o Império construído na base da exploração e estigmas sociais, exploração dos recursos locais, dado que sempre foi de uma forma genérica descurada a construção de uma base sólida cultural e duradoura.

Todas as ex-colónias (vemos hoje) nos olham com uma ponta de desdém e rancor mesclado de condescendência q/b  que no meu entender se deve precisamente ao facto de apenas os termos tentado única e exclusivamente explorar e sacanear.
Algumas excepções haverá, apenas me lembro de Macau e mesmo aí pautado num infinito despreso que de resto os Chineses destribuem por todas as Nações que não eles.

1640 é a meu ver uma data importante pois neste pequeno e pobre território é conseguida de novo a Independência do vizinho Estado Espanhol.

A história da Republica, polvilhada de episódios sempre com prejuízo e miséria para o Povo  marcha assim pelo tempo ao sabor de grandes instabilidadede, de golpes e contra golpes e por fim  depois de uma desgraçada e inopinada passagem pela 1º guerra Mundial  é  ferozmente açaimada por um regime fascista que acaba de vez com qualquer pretensão de desenvolvimento em pleno despontar da era Industrial.


O COVEIRO MOR
Ficámos arredados da democracia e safos de uma guerra maior do que a outra é verdade, mas também orgulhosamente sós e mais pobres.

De pobreza em pobreza é esta a nossa sina nos dias de hoje mesmmo que em Democracia.
Acabamos por constatar que estamos no lugar certo mas imerecido(um Povo trabalhador humilde e dísponivel)  merecido para outros (aqueles que ao longo dos séculos tendo por missão engrandecer e desenvolver uma Nação o não fizeram) por incompetência.
Os desvarios cometidos ao longo de centenas de anos por uma classe governante de cariz monárquico primeiro e republicano depois.
Não nos livraram da realidade da nossa pequenêz por culpa da pequenêz de todos eles que nos governaram e governam.

Um Povo é fruto do meio onde foi criado e do carinho com que foi ou não tratado ao longo da sua história. Neste fundamento filosófico somos assim como que azarados crónicos, inventores do Fado que nos consome e diverte aqueles que outro fado tiveram.
O FINADO FERIADO
Curiosamente o dia 1º de Dezembro que comemora um dos factos mais relevantes da nossa triste história e que não corresponde a um qualquer roubo ou descoberta, catástrofe ou fé religiosa  mas tão só o simples facto de nos tornarmos um País Independente, vai ser esquecido ou apagado do mapa de feriados Nacionais em nome de uma maior produção económica exigida a um  Povo que vilmente tem sido explorado vai para centenas de anos.
NOTA:
Nem de propósito acaba de saír o livro "PORTUGAL 500 ANOS DE BANCAS ROTAS"

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